Créditos aos
dizeres:
Claudio
de Lima Barbosa é administrador de empresas graduado pela UFAM (CRA-1-3100) e
especializado em Engenharia de Produção Enxuta pela PUC-PR. Trabalha com a
implementação do Lean Manufacturing. Conferencista e consultor empresarial.
adm_clb@hotmail.com.
A manufatura Enxuta ou Sistema Toyota de Produção (STP) iniciada a
partir da década de cinqüenta no Japão teve como mentores Eiiji Toyoda e
Taiichi Ohno que perceberam a inaplicabilidade do sistema em massa de produção
para a sua realidade em função de alguns aspectos tais como: limitação do
mercado doméstico, economia fragmentada pela guerra, grandes concorrentes na
produção de veículos espalhados pelo mundo e ávidos em defender seus mercados.
Em chinês, a palavra crise é formada por dois ideogramas: wei ji, o primeiro quer dizer ameaça e o segundo, oportunidade. Assim, em plena crise, a Toyota buscou a oportunidade para desenvolver uma nova forma de produzir focando suas ações para eliminação dos desperdícios. Buscando atender a esses objetivos, foram desenvolvidas e aplicadas técnicas como redução de setup, kanban, produção em pequenos lotes etc
.
Coube ao americano Jaemes Womack popularizar o STP no ocidente a partir da década de 80. Na maioria das vezes esse paradigma é visto como algo totalmente inédito, contudo, muitos de seus princípios já haviam sido aplicados por Deming, Taylor e Skinner, entretanto, numa contingência muito diferente das percebida no mundo atual.
Coube ao americano Jaemes Womack popularizar o STP no ocidente a partir da década de 80. Na maioria das vezes esse paradigma é visto como algo totalmente inédito, contudo, muitos de seus princípios já haviam sido aplicados por Deming, Taylor e Skinner, entretanto, numa contingência muito diferente das percebida no mundo atual.
A manufatura enxuta pode ser vista como uma estratégia que se norteia pelas situações de mercado para oferecer valor agregado do ponto de vista do cliente a fim de alcançar maior lucratividade garantindo fornecer com a melhor qualidade (ser melhor que os concorrentes), o menor custo (menor que os outros) e o lead time (pontualidade no fornecimento ao cliente) mais curto via sumarização dos desperdícios e sustentado por dois pilares, Just-in-time e Jidoka.
As características peculiares da manufatura enxuta residem na exigência de maior qualificação profissional, equipes multifuncionais, aversão à hierarquia rígida, contínuo desafio aos trabalhadores, aversão ao desperdício ou ociosidade de conhecimento, transferência máxima de tarefas e responsabilidades para os trabalhadores que realmente agregam valor ao produto e possui um sistema de detecção de defeitos que rapidamente relaciona cada problema, uma vez descoberto a sua derradeira causa, democratização das Informações, extraordinária flexibilidade na mudança do mix de produtos.
Ao analisar as características fundamentais da produção artesanal e da produção em massa verificam-se seus prós e contras. Na verdade a manufatura enxuta acaba sendo um modelo híbrido que concatenou os pontos positivos dos dois primeiros modelos procurando expurgar o elevado custo do artesanato e a inflexibilidade da produção em massa se preocupando em combinar novas técnicas gerenciais com máquinas de alta tecnologia para obter o máximo do mínimo.
A hegemonia do sistema de produção em massa passou a ser ameaçada a partir das vicissitudes pelas quais vem passando o mundo no movimento da Globalização. Desse modo, em meados dos anos 60 eram evidentes os indícios de sérios problemas apresentados pelo fordismo: decadência da cronometragem, pressões sociais, rigidez (presumia crescimento estável em mercados de consumo invariantes), greves e problemas trabalhistas de 1968 a 1972, Saturação no consumo de bens, mitigação da atividade comercial, declínio da produtividade e da produção. Tal cenário foi agravado em 1973, com a crise do petróleo. As empresas, organizadas em grandes corporações, estavam com capacidade excedente e entraram num período de racionalização, reestruturação e intensificação e controle do trabalho.
Assim, as condições e fatores que possibilitaram o sistema de produção em massa no mundo, assinalado pelo paradigma taylorista, passou a declinar num cenário que exige cada vez mais competitividade das empresas.
Gosto de fazer uma analogia quanto a essa transição. Seria como se as indústrias fossem um hardware que é operacionalizado por um software. Para que ela tenha mais agilidade, dinamismo, flexibilidade, enfim, competitividade ela precisaria substituir o seu atual sistema operacional ou mesmo fazer um up grade. Ora, se quando queremos acompanhar as tendências tecnológicas, nos dispomos a substituir os nossos hardwares e softwares para que não fiquemos operando de forma obsoleta e ainda termos que nos dispor a reciclar continuamente os conhecimentos para saber lidar com a novidade, por que as indústrias ou mesmo as empresas de um modo geral fariam diferente? Antes o sistema de produção em massa dava certo porque o mundo caminhava num outro ritmo. As inovações tecnológicas e o fluxo da comunicação eram lentos se comparados com os dias de hoje.
O mundo enfrenta constantemente o wei ji, como um parodoxo onde a ameaça pode ser vista como oportunidade ou não. O globo está em crise e sob os mais diversos aspectos observa-se esse fato, e especificamente no mundo produtivo, dentro da analogia do hardware e do software, seria como um vírus instigante que força os analistas de sistema, no caso todos os industriários desde o presidente até o operador, a buscarem formas de vencê-lo.
Enfim, o TPS não é um produto embalado e pronto para uso, seu emprego é motivado pela crise, pois nasceu há mais de sessenta anos num ambiente conturbado. Ele é perfeito para aquelas empresas que estão com baixa performance. Contudo, é necessário entende-lo bem para então enfrentar a jornada de migração.
Ósculo e amplexos a todos.
Visite também o site www.mclb.info
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