sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Kanban não funciona






Vou iniciar este post compartilhando uma experiência no final da década de 90: um colega de minha área, animado com a abordagem de gestão visual e Kanban, resolveu aplicar esta ferramenta no “porta-copos” ao lado do bebedouro em nosso escritório.

Até então, muitas vezes os copos acabavam e você ficava impossibilitado de “matar a sede” até que alguém buscasse mais copos.
Optamos por utilizar um sistema farol, comum em muitas aplicações de Kanban.

Após a impressão das faixas e fixação no porta-copos ficamos contentes pelo pioneirismo desta aplicação na área de escritório.
Nos primeiros dias até que um ou outro fazia a reposição antes de acabar, porém após alguns dias a conclusão que tive é que a utilização da gestão visual não estava provocando muita diferença. Os copos acabavam sem que a reposição estivesse sendo feita.
Ora, nosso Kanban não funcionava. Por quê?
Este Kanban não funcionava por uma razão: não respeitava uma regra fundamental do Kaizen Lean: a aplicação de regras claras e binárias na comunicação entre atividades adjacentes.
O primeiro ponto no nosso caso era concretizar o significado da cor amarela nesta sinalização?
“Atenção, está acabando”, “Se tiver um tempinho, providencie mais copos”, “Fique alerta...”: nada objetivo, nada que determine uma ação.
 Afinal, devo repor ou não repor?
Quando você cria uma regra com ambiguidade na relação entre pedido e reposição, é quase certo que haverá falta de material.
O gatilho da ação de reposição deve ser direto: Reponha!!!
Claro que em uma reposição de copos em um escritório a consequência não será tão grave, mas em um sistema de abastecimento em um processo produtivo ou prestação de serviços você pode ter graves consequências como atrasos, ociosidade, etc.
Cuidado com a utilização discriminada de cores. A gestão visual é um princípio fantástico se bem utilizado. O que representam as cores?

O ideal é criar ciclos padronizados de verificação do consumo e reposição para maior eficiência deste processo. Claro que quanto menor estes ciclos, menor o pulmão de material necessário para a autonomia durante o ciclo de reposição. Falamos deste sistema de abastecimento padronizado no post “Homem-aranha na Toyota?!”.
No caso do Kanban, a utilização de cores verde/ amarela/ vermelha pode gerar uma situação de ambiguidade e tensão sem necessidade, por exemplo no momento que vários itens estão no vermelho ao mesmo tempo. Normalmente o nível vermelho indica o estoque de segurança e se o cálculo foi correto, em metade das situações a reposição chegará com o nível no “vermelho”, o que não significa que o material acabará.
Recomendamos a utilização de sistema de cartões ou caixas na sinalização Kanban em conjunto com rotas de abastecimento padronizadas, pois além de ser um sistema binário, garantirá a utilização do FIFO neste processo de reposição, além de reduzir o risco de stock out.

O Kanban funciona e é muito efetivo, contudo deve ser aplicado de forma planejada, integrada com abastecimento e com um sistema de gatilho direto e sem ambiguidade na tomada de ação.
Sabe como calcular a quantidade de Kanbans? Tem muitos itens (componentes, SKUs), muitas células, tempos variados?
Realizando um Workshop Kanban com a MCLB Consultoria & Treinamento, te ensinaremos e desenvolveremos juntos um cálculo
dos Kanbans, definição de embalagens, gestão visual e rotina de controles e atualização da quantidade de cartões.
Também podemos ensinar e executar com você o projeto de um Estoque Supermercado para seus componentes em um Workshop de Estoque Supermercado, onde definiremos layout, trabalho padronizado de entrada e saída de materiais, quadro de construção de lote, ciclo de re-embalagem, etc.
Entre em contato que realizamos uma Palestra Gratuita na sua empresa compartilhando outros conceitos.  
Para outros posts, visite nosso blog http://mclbempresa.blogspot.com.br/
Ou pelo site: www.mclb.info

Artigo elaborado por Anderson Carmo, diretor do Melhoria Contínua Lean Brasil
Data: 27 de novembro de 2015


Nenhum comentário:

Postar um comentário