Quando
você visita uma planta da Toyota e vai até a linha de montagem, se
impressionará com a quantidade de abastecedores chegando a todo momento,
trazendo componentes para serem montados pelos operadores da linha.
Normalmente,
eles trabalham com um sistema de vagões sendo tracionados por um rebocador
conduzido pelo abastecedor, como se fosse um trem. Nestes vagões são colocados
os materiais que abastecerão a linha de montagem.
Estes abastecedores tem um papel importante no sincronismo
e eficiência do sistema de manufatura pelas seguintes razões:
-
Permitem que o operador esteja concentrado e dedicado na realização das
atividades de agregação de valor, ou seja, montar o componente no automóvel. Em
algumas fábricas, presenciei situações em que o operador consumia mais tempo
buscando os materiais do que efetivamente realizando atividades de fabricação e
montagem;
-
Na lógica do sistema de abastecedor praticamente se elimina o risco de parada
de linha por falta de material disponível no ponto de uso. Afinal, dentro do
dimensionamento do ciclo de trabalho do abastecedor agregado com a técnica
Kanban, a reposição é contínua, em pequenas quantidades e sincronizada com a
velocidade de consumo da linha;
-
O abastecedor não se limita a transportar materiais, ele transporta
“informações” no sistema puxado. Além de transportar os cartões Kanban, caixas
vazias, ele muitas vezes é responsável por enviar para a linha a informação dos
próximos produtos que serão montados.
Apesar
do abastecedor realizar uma atividade que, do ponto de vista do cliente, não
agrega valor, pois não altera forma, função ou ajuste do produto final, ele tem
uma grande importância no funcionamento do sistema. Não é raro que a
produtividade da montagem dê um salto superior a 50% com a implantação do
abastecedor padronizado.
Em
função desta responsabilidade no sincronismo do processo, não há espaço para
grandes variações no ciclo de trabalho do abastecedor. É fundamental fazer um
dimensionamento adequado dos vagões, das cargas de material, das cargas de
trabalho, definir os pontos de parada e os tempos de cada elemento de trabalho,
evitando variações que provoquem a ruptura do sistema puxado.
Você
sabia que este abastecedor é chamado Mizusumashi
(palavra japonês para aranha d’água, um inseto muito ágil) ou Homem-Aranha, exatamente pela sua capacidade e precisão de
movimentos?
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Site:
Artigo
elaborado por Anderson Carmo, diretor do Melhoria Contínua Lean Brasil
Data:
23 de novembro de 2015
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