domingo, 3 de abril de 2016

Agregação de Valor: Palavra-Chave no Pensamento Lean

Quando a Toyota desenvolveu o novo paradigma de produção, que ficou consagrado como Pensamento Lean, um dos conceitos-chave que surgiu foi o de Agregação de Valor.

Mas afinal: O que é Agregação de Valor?

A resposta deve ser feita não a partir do nosso ponto de vista, mas do ponto de vista dos clientes de nossos produtos ou serviços.


O que o cliente VALORIZA em nosso processo? Quais atividades que realmente ele vai se sentir disposto a nos remunerar?

Partindo do início, sabemos que dentro de um processo, de um fluxo, de um negócio, há sempre atividades que necessitam ser realizadas para que um produto ou serviço seja oferecido.
A análise crítica necessária aqui é avaliar quais destas atividades que realmente afetam/ alteram o produto ou serviço que estamos fornecendo.

Será que existem atividades que só consomem recursos e não contribuem para a satisfação do cliente?
De acordo com o nosso negócio e nossos clientes, as atividades podem ser classificadas como aquelas que contém agregação de valor ou que não contém agregação de valor. Também chamadas Atividades que Agregam Valor e Atividades que Não Agregam Valor (VA, Value Added Activity, e NVA, Non Value-Added Activity).

Exemplos de atividades que tipicamente agregam valor em processos industriais: Soldagem, Torneamento, Montagem, Injeção, Reação, Envaze, Prensa, Extrusão, Furação, Tecelagem, etc.

Exemplos de atividades que tipicamente NÃO agregam valor em processos industriais: Inspeção, Transporte, Material Estocado, Retrabalho, Reclassificação, Reprocessamento, etc.

Lembre-se que este conceito não vale somente em fábricas. No ambiente hospitalar, por exemplo, podemos dizer que o valor é agregado ao paciente quando há atendimento na recepção, quando a enfermeira mede a pressão, quando o raio X está sendo feito, quando o médico explica o diagnóstico. 

Por outro lado, os períodos de espera e deslocamentos que o paciente tem que realizar durante o atendimento não agregam valor.


Para que uma atividade seja classificada como AV é necessário que atenda três requisitos:


- O cliente está disposto a pagar por ela;
- Modifique a forma, ajuste e/ ou função do produto/ serviço;
- Esteja fazendo da primeira vez, ou seja, não é um retrabalho;
É importante realçar que este conceito pode ser expandido para processos internos, com o objetivo de atender o cliente interno, por exemplo. No entanto, é muito importante não perder a compreensão da diferença entre as atividades que são fundamentais e as atividades que consomem materiais, mão de obra, energia e são totalmente desnecessárias no ponto de vista do cliente.

Finalmente, o que a Toyota fez consiste em explorar muitas oportunidades em identificar essas atividades que não agregam valor e eliminá-las ou, pelo menos, reduzir os recursos envolvidos.

A Toyota percebeu que focando em eliminar atividades que não agregam valor, ela obteria um menor custo e uma maior agilidade na fabricação e entrega de seus veículos.

Artigo elaborado por Anderson Carmo, diretor do Melhoria Contínua Lean Brasil
site: http://www.mclb.info
Data: 04 de Abril de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário